sexta-feira, 3 de julho de 2009

Eu até queria que você soubesse

O que, pra você, pode ser que não seja, ainda, uma novidade. Não importa. Mas é que, dessa vez, foi diferente.
Lembrei foi do sorriso - imagem que, há tempos, não me assombrava. Digo porque lembro sempre um pouco por dia, e com o passar dos dias, andava lembrando cada vez menos. Achei que seria natural até não lembrar mais - o que já deve ter acontecido, dia ou outro. Até que.
Do sorriso que erguia o nariz, com a cabeça levemente inclinada, com o olhar doze-anos-que-bobagem. E às vezes ríamos e me encostava a testa, o nariz franzido. Era tão verdadeiro, ou tão bem forjado! Ah, meu coração, voz de Sessão da Tarde.
Também franzia o nariz pra coçar de um jeito esquisito. Era a fraqueza. Encostava o polegar no mindinho, e os outros três, esticados e juntos. Virava-se pro lado, para que ninguém visse - igual quando ia fumar, tentando se esconder. Era minha parte favorita. Coçava a ponta do nariz, com os olhinhos já também meio fechados, escondida.
Era a fraqueza, era a verdade. Era o momento em que deixava de se fazer a super mulher para ser ela mesma - uma garotinha que, como qualquer outra, sentia coceira no nariz.


Saudade.