e sou excomungada. Reapropriando-me de termo bíblico - e, por tal, pecando (não usai o Santo Nome em vão) -, graças a Deus (!), ainda há quem condene sem julgamento, excomungue e mande para a cadeira elétrica aqueles que assassinam a música brasileira. Somos minoria, mas ainda existimos (palmas fracas, mas orgulhosas).
No entanto, depois da invenção da Roda, as coisas têm se atropelado de maneira tal que o lixo está caminhando pelas ruas, nos ônibus, nas praças, e, da poluição sonora, é quase impossível distingüir (com trema, porque eu sou teimosa) o A do Z, o norte do sul, o batidão do samba-canção (e, nesse último, se entreolham perguntando: ela está mesmo falando de cuecas?).
Enquanto isso, são as obras primas que vão pelo esgoto. E, no meio de toda essa ladainha, soltei: e o João Bosco? Fuzilaram-me. Mil olhos no pelotão. Sem brincadeira. Até os que nem participavam da conversa, voltaram as atenções a mim, no intuito de me ver dar o último suspiro, e deixá-los continuarem as vidas em paz, sem nunca mais ouvir tanta besteira.No entanto, depois da invenção da Roda, as coisas têm se atropelado de maneira tal que o lixo está caminhando pelas ruas, nos ônibus, nas praças, e, da poluição sonora, é quase impossível distingüir (com trema, porque eu sou teimosa) o A do Z, o norte do sul, o batidão do samba-canção (e, nesse último, se entreolham perguntando: ela está mesmo falando de cuecas?).
Chorameliga
Gente. Não era desse João Bosco que eu estava falando! E pra explicar? Não, quem é excomungado é excomungado sem julgamento, lembra? Devo pagar, então, porque o nosso júri não pensou em João Bosco de Freitas Mucci.Ele, que completa 63 anos agora, em julho, mais de vinte anos de carreira, mais de vinte discos gravados, autor do clássico O Bêbado e o Equilibrista, que já foi notícia no jornal O Pasquim, que compôs com Vinícius de Moraes, Aldir Blanc, que foi gravado por Elis Regina...
Ficou pra depois. É, com a invenção da roda, os universitários sertanejos chegaram e roubaram o nome do João Bosco assim, na maior cara de pau. E não só dele, né?
Vinícius era usado pelo próprio de Moraes, quando em parceria com Toquinho. Toquinho e Vinícius. João Bosco e Vinícius. Não foi à toa que, quando me perguntaram se eu gostava da mais nova revelação do sertanejo universitário, eu fiquei confusa e cocei a cabeça. Mas, espera. João Bosco? Você tem certeza?
Não duvido que esse tal joãoboscozinho aí tenha sido batizado em homenagem ao de Freitas Mucci, que já tinha trinta e cinco anos e sete discos gravados quando o outro veio ao mundo.
Não me enganam. Sei que tem um monte de João no mundo. Mas, Bosco, eu não conheço muitos não.